FECHAMENTO DO MERCADO (05/08/2025)
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Cofco amplia operações no Brasil em meio a disputa comercial global
A Cofco International, braço de comércio exterior do conglomerado estatal chinês Cofco Corp, está realizando uma expansão agressiva no Brasil, reforçando seu time com dezenas de contratações em diversas áreas, incluindo operações, vendas, trading e funções administrativas, com posições de nível júnior a gerencial.
O movimento ocorre em um momento estratégico, marcado por tensões comerciais entre China e Estados Unidos, que vêm redesenhando os fluxos globais do agronegócio. Com tarifas adicionais impostas a produtos agrícolas americanos, a China tem intensificado as compras do Brasil, especialmente de soja e milho, tornando o país um fornecedor prioritário para a segurança alimentar chinesa.
Enquanto a Cofco avança, concorrentes tradicionais como ADM e Cargill estão na direção oposta, reduzindo custos e equipes globalmente em resposta a margens mais apertadas e ao cenário econômico incerto, evidenciando uma diferença estratégica clara.
Investimento em infraestrutura: foco em Santos
Além do reforço em pessoal, a Cofco lidera a construção do maior terminal de exportação de grãos do mundo, localizado no Porto de Santos.
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A primeira fase do projeto já está em testes operacionais.
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A segunda fase, prevista para o próximo ano, triplicará a capacidade exportadora, saltando de 4,5 milhões para 14 milhões de toneladas anuais.
Essa infraestrutura robusta posicionará a empresa como uma das principais exportadoras globais de grãos, fortalecendo ainda mais a posição do Brasil como potência agrícola.
Impactos no mercado brasileiro
Com essa expansão, a Cofco:
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Gera novas oportunidades de emprego no setor de logística e agronegócio.
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Aumenta a competitividade portuária, atraindo mais cargas para Santos.
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Intensifica a relação comercial entre Brasil e China, em um momento de realinhamento global nas cadeias de suprimentos.
Esse movimento reforça o papel do Brasil como parceiro estratégico da China e protagonista nas exportações de commodities agrícolas.
Fonte: Reuters
Exportações do Brasil para os EUA despencam 18,5% em agosto, gerando déficit de US$ 1,23 bilhão
As exportações brasileiras para os Estados Unidos despencaram 18,5% em agosto, somando US$ 2,76 bilhões, enquanto as importações de produtos norte-americanos avançaram 4,6%, chegando a US$ 3,99 bilhões. O resultado foi um déficit de US$ 1,23 bilhão na balança com o principal parceiro comercial, o maior registrado este ano, segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento nesta quinta-feira (4).
“O resultado está muito ligado à antecipação que ocorreu em julho, quando uma carta anunciou aumento de tarifas em 50% para o Brasil, gerando incerteza entre os exportadores”, explicou Herlon Brandão, diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior.
Os setores mais afetados foram aeronaves e peças, com queda de 84,9%, seguidos por açúcar (-88,4%), motores e máquinas não elétricos (-60,9%) e carne bovina fresca (-46,2%).
Apesar do desempenho negativo com os EUA, o Brasil registrou superávit de US$ 6,133 bilhões no total das negociações com outros parceiros comerciais em agosto. As exportações somaram US$ 29,861 bilhões, enquanto as importações chegaram a US$ 23,728 bilhões.
No acumulado de janeiro a julho de 2025, as exportações brasileiras atingiram US$ 227,583 bilhões e as importações, US$ 184,771 bilhões, resultando em saldo positivo de US$ 42,812 bilhões. Em relação a agosto de 2024, houve crescimento de 3,9% nas vendas externas.
O desempenho positivo se concentrou principalmente na China, onde as exportações brasileiras subiram 29,9% em agosto, totalizando US$ 9,60 bilhões, enquanto as importações caíram 5,8%, chegando a US$ 5,54 bilhões. O superávit comercial com o país asiático foi de US$ 4,06 bilhões.
O ministério destacou que, no acumulado do ano até agosto, as vendas para a China (incluindo Hong Kong e Macau) recuaram 3%, somando US$ 67,96 bilhões, enquanto as importações cresceram 15,7%, totalizando US$ 47,71 bilhões.
Mato Grosso amplia liderança no comércio exterior com foco em sustentabilidade e biocombustíveis
Mato Grosso consolidou sua posição de destaque no comércio exterior brasileiro ao apresentar novos números durante a Ficomex, maior feira de comércio exterior do Centro-Oeste. O secretário de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, ressaltou que o estado é responsável por 31% da produção nacional de grãos e por quase 35% das exportações de commodities do Brasil.
Além da força no agronegócio, Mato Grosso se diferencia pelo compromisso ambiental, com 60% do território preservado. Esse equilíbrio entre alta produtividade agrícola e conservação ambiental reforça a imagem do estado no cenário internacional como fornecedor confiável de alimentos e insumos sustentáveis.
Outro ponto destacado foi o avanço em infraestrutura logística (ferrovias, rodovias e corredores de exportação), considerado essencial para reduzir custos e garantir competitividade nas exportações. A aposta em biocombustíveis também ganha espaço, alinhando o estado às novas exigências globais de redução de emissões e descarbonização da cadeia logística.
LOGÍSTICA
Terminal de Vila Velha (ES) conclui expansão e amplia capacidade logística para exportações
O Terminal de Vila Velha (TVV), no Espírito Santo, está em fase final de sua expansão, com investimentos que somam R$ 35 milhões. O objetivo é modernizar a infraestrutura e ampliar a capacidade de movimentação de cargas estratégicas no comércio exterior brasileiro.
O projeto prevê:
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Aumento da capacidade operacional do terminal.
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Maior eficiência no escoamento de cargas, especialmente café e rochas ornamentais.
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Fortalecimento da competitividade do Espírito Santo frente a outros portos do país.
Segundo analistas do setor, a expansão do TVV representa um novo ciclo de crescimento para o porto capixaba. A modernização não só assegura maior agilidade logística como também evita a migração de cargas para portos concorrentes, garantindo ao Espírito Santo papel estratégico nas rotas de exportação.
Com esse movimento, o TVV se consolida como hub logístico regional, oferecendo soluções modernas e alinhadas às exigências de sustentabilidade e tecnologia aplicadas ao transporte internacional.
Chongqing (China) se torna novo hub logístico global com rota ferroviária para a Europa
A cidade chinesa de Chongqing vem se destacando como um dos principais hubs logísticos internacionais. Sua nova rota ferroviária conecta diretamente a Ásia à Europa, permitindo o transporte de mercadorias em menos de duas semanas – tempo significativamente menor do que os 30 a 40 dias do modal marítimo.
Esse avanço é parte da Iniciativa Cinturão e Rota (Belt and Road Initiative), estratégia da China para ampliar sua influência no comércio internacional por meio de infraestrutura e conectividade. Para empresas globais, a ferrovia oferece uma alternativa logística mais rápida, confiável e diversificada, reduzindo a dependência exclusiva do transporte marítimo.
Além de impactar positivamente o comércio, autoridades chinesas apontam que a rota também trará reflexos em investimentos estrangeiros e no turismo regional, fortalecendo Chongqing como polo econômico multifuncional.
O que a COP30 pode discutir sobre a logística brasileira
A COP30, que ocorrerá em Belém (PA) — a primeira sede da conferência no Brasil incluirá temas relacionados aos setores energético, industrial e logístico entre os debates com líderes globais, cientistas, ONGs e sociedade civil.
Principais desafios logísticos nacionais destacados por Fabiano Lorenzi, CEO da Norcoast:
- Matriz de transportes desequilibrada
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O transporte rodoviário concentra mais de 65% da movimentação de cargas no país, enquanto ferrovias e hidrovias estão subutilizadas.
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Lorenzi defende uma logística multimodal equilibrada, utilizando cada modal conforme sua adequação a rota e demanda.
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Falta de investimentos em infraestrutura
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Em 2024, o Brasil gastou mais de R$ 940 bilhões com transporte — um aumento de quase 7% em relação ao ano anterior.
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Para Lorenzi, essa infraestrutura insuficiente prejudica produtividade, encarece custos logísticos e afeta a competitividade internacional.
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- Altos custos operacionais
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O setor de transporte de cargas o principal componente dos custos logísticos — sofre por causa de combustíveis, manutenção, mão de obra e falta de otimização de rotas.
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Sem infraestrutura adequada e promoção da multimodalidade, o país continuará refém de um modelo caro e ineficiente.
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Fonte: MundoLogística