FECHAMENTO DO MERCADO 25/09/2025
💵 Dólar: alta de 0,69%, R$ 5,3419
💶 Euro: leve alta de 0,02%, R$ 6,2351
📊 Ibovespa: queda de 0,81%, 145.306 pts
🪙 Bitcoin: queda de 2,77%, R$ 586.715,77
💲 IPCA (inflação): queda de 0,11% em agosto/25
💲 SELIC: 15% mantida desde 18/09/25
Argentina retoma impostos sobre exportações após atingir US$ 7 bilhões em dois dias
A Argentina reimplementou impostos sobre exportações de grãos, derivados, carne bovina e frango na quarta-feira (24), após atingir rapidamente o limite de US$ 7 bilhões em vendas externas. A medida foi anunciada pela agência fiscal ARCA.
O que aconteceu
Na segunda-feira (22), o governo argentino publicou um decreto suspendendo temporariamente as tarifas sobre soja, milho, trigo e seus derivados, incluindo o biodiesel. O objetivo era acelerar os embarques e atrair dólares para apoiar o peso argentino enfraquecido. A suspensão deveria durar até o final de outubro ou até que as exportações atingissem US$ 7 bilhões — limite alcançado em apenas dois dias.
Reação do mercado
Durante o curto período de isenção, compradores chineses aproveitaram a oportunidade para reabastecer seus estoques, garantindo pelo menos 10 carregamentos de soja no primeiro dia da suspensão.
Fonte: Datamar News
Senado aprova retirada de despesas com “tarifaço” do teto de gastos em socorro aos exportadores
O Senado aprovou por unanimidade, nesta quarta-feira (24), o texto-base de um projeto que visa diminuir os impactos das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre exportações brasileiras. A proposta prevê que as despesas com esse “tarifaço” sejam excluídas do teto de gastos do governo federal.
Principais disposições do projeto
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O pacote conta com cerca de R$ 30 bilhões em empréstimos e renúncias fiscais para mitigar os efeitos enfrentados pelos exportadores.
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As despesas e renúncias fiscais destinadas a esse auxílio não serão consideradas nas metas de resultado primário previstas pela Lei de Responsabilidade Fiscal nem nos limites do Novo Arcabouço Fiscal, nos anos de 2025 e 2026.
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O objetivo é facilitar a execução da Medida Provisória 13/2025 e do programa Brasil Soberano, que institui mecanismos de crédito e garantia para empresas exportadoras afetadas.
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O projeto autoriza aportes adicionais nos fundos garantidores:
• Fundo Garantidor de Operações (FGO): até R$ 1 bilhão
• FGCE (Garantias para Crédito Exterior): até R$ 1,5 bilhão
• Fundo Garantidor para Investimentos (FGI): até R$ 2 bilhões
Relevância para exportadores brasileiros
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Segundo o projeto, cerca de 36% dos produtos exportados ao mercado americano (equivalentes a US$ 14,5 bilhões em 2024) foram afetados pelas tarifas instauradas.
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O mecanismo pretende atender empresas de todos os portes, com prioridade para aquelas que não têm alternativas de mercado além dos EUA, e manter empregos como condição para acesso ao crédito.
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A medida representa uma tentativa institucional de blindagem orçamentária frente ao choque tarifário e de assegurar que o auxílio aos exportadores não “penalize” outras áreas do governo por ultrapassar o teto de gastos.
Fonte: Comex do Brasil
Tarifas e conflitos aumentam volatilidade no setor marítimo, aponta UNCTAD
O comércio marítimo global enfrenta um cenário de forte volatilidade impulsionado por novas tarifas comerciais e conflitos geopolíticos, segundo relatório divulgado pela UNCTAD (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento).
A agência revisou suas projeções para 2025, indicando um crescimento de apenas 0,5% no volume total transportado por via marítima, muito abaixo do esperado anteriormente. O comércio de contêineres, embora em ritmo um pouco melhor, deve crescer 1,4% no período.
Impactos das tensões globais
O relatório destaca que os recentes conflitos têm redesenhado as principais rotas marítimas e elevando os custos logísticos:
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Mar Vermelho: ataques na região obrigaram transportadoras a desviar navios, optando por rotas mais longas ao redor do Cabo da Boa Esperança.
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Estreito de Hormuz: tensões entre Irã e Israel ameaçam uma passagem estratégica por onde transitam 34% das exportações marítimas de petróleo mundial.
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Mar Negro: a guerra entre Rússia e Ucrânia continua dificultando operações de navegação, principalmente no transporte de grãos e combustíveis.
Como consequência, a distância média percorrida por navios aumentou significativamente, passando de 4.831 milhas (2018) para 5.245 milhas (2024).
Perspectivas para os próximos anos
Apesar do cenário atual desafiador, a UNCTAD projeta uma recuperação gradual para o período 2026–2030, com crescimento médio anual de:
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2% para o comércio marítimo total.
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2,3% especificamente para o comércio de contêineres.
No entanto, especialistas alertam que a instabilidade geopolítica continuará sendo um fator de risco para as cadeias globais de suprimentos.
Fonte: Reuters
LOGÍSTICA
MSC lança rota direta América do Sul – Oriente Médio via Abu Dhabi
A MSC (Mediterranean Shipping Company) anunciou o lançamento de uma nova rota direta ligando a América do Sul ao Oriente Médio, com transbordo em Abu Dhabi, com início previsto para outubro de 2025. A iniciativa visa facilitar o transporte de produtos refrigerados e reduzir os tempos de trânsito para importadores e exportadores da região. (datamarnews.com)
Foco em cargas refrigeradas
O serviço terá como objetivo principal atender produtos perecíveis, garantindo entregas mais rápidas:
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Abu Dhabi: 33 dias
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Shuwaikh (Kuwait): 38 dias
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Hamad (Catar): 39 dias
Detalhes da rota
O primeiro navio da linha será o MSC Shreya B., com partida prevista de Itajaí na viagem QJ539R. A rotação da linha incluirá os seguintes portos:
Buenos Aires → Rio Grande → Itajaí → Navegantes → Paranaguá → Santos → Rio de Janeiro → Walvis Bay → Abu Dhabi → Singapura → Qingdao → Busan → Ningbo → Xangai → Shekou → Singapura → Colombo → Rio de Janeiro → Santos → Paranaguá → Itapoá → Itajaí → Buenos Aires.
Impactos e rota estratégica
A nova linha reforça a conexão comercial entre América do Sul e Oriente Médio, oferecendo um hub logístico eficiente em Abu Dhabi. A rotação inclui portos importantes na América do Sul e Ásia, reforçando o fluxo de exportações sul-americanas, principalmente de produtos refrigerados.
Fonte: Datamar News
Manaus lidera importações entre municípios brasileiros em 2025
Manaus (AM) ultrapassou Itajaí (SC) e se tornou o município que mais importou no Brasil de janeiro a agosto de 2025, totalizando US$ 10,93 bilhões, contra US$ 10,77 bilhões de Itajaí.
A Zona Franca de Manaus é a principal responsável: o modelo de incentivos fiscais e a diversidade industrial (eletroeletrônicos, motocicletas, bens de consumo) demandam constantes importações de insumos, componentes e bens de capital.
Itajaí permanece como porta estratégica para importações, principalmente de produtos acabados, graças ao seu porto e infraestrutura logística.
Panorama nacional
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Por estados, São Paulo segue em primeiro lugar, com cerca de R$ 57,48 bilhões importados.
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Brasil como um todo registrou US$ 184,77 bilhões em importações no período, com crescimento de 6,9% em relação ao ano passado.
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Em agosto, porém, houve uma leve queda de 2,0% em relação a julho.
Encomendas de estaleiros chineses continuam fortes apesar das novas taxas dos EUA
Os estaleiros da China seguem como líderes mundiais em novas encomendas de embarcações, mesmo após os Estados Unidos anunciarem novas tarifas para navios construídos ou operados por empresas chinesas.
Dados do Center for Strategic and International Studies (CSIS) mostram que a China respondeu por 53% das encomendas globais de embarcações por tonelagem entre janeiro e agosto de 2025, consolidando sua liderança no setor.
Novas tarifas dos EUA
As novas taxas, que entram em vigor em 14 de outubro, podem ultrapassar US$ 1 milhão por navio em alguns casos e visam reduzir a dependência dos EUA de estaleiros chineses e fortalecer sua indústria naval local.
Impactos para o mercado
Mesmo assim, empresas como a MSC mantêm grandes encomendas na China, demonstrando que o país asiático ainda oferece vantagens competitivas em escala, tecnologia e custo.
Para exportadores e importadores brasileiros, isso pode significar:
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Potenciais aumentos nos custos logísticos;
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Necessidade de revisão de rotas e contratos;
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Oportunidades para negociar com outros países construtores navais, como Coreia do Sul e Japão.
Fonte: Reuters