FECHAMENTO DO MERCADO 03/11/2025


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Compradores chineses adquirem soja brasileira com a queda dos preços devido ao degelo nas relações comerciais entre EUA e China.

Os importadores chineses de soja intensificaram as compras de cargas brasileiras nos últimos dias, à medida que os preços sul-americanos recuaram devido à expectativa de que um acordo comercial entre EUA e China leve à retomada das vendas americanas para o maior importador mundial de soja.
Compradores reservaram 10 carregamentos de soja brasileira para embarque em dezembro e 10 para o período de março a julho, com os preços sul-americanos agora cotados abaixo das ofertas feitas para carregamentos nos EUA, disseram três traders na segunda-feira.
 
Nas últimas semanas, a soja brasileira foi negociada a preços mais altos do que a oferta americana, devido às elevadas tarifas chinesas que restringiram a demanda por soja dos EUA.
“O Brasil agora está mais barato que o Golfo do México, e os compradores estão aproveitando a oportunidade para reservar cargas”, disse um trader de uma empresa internacional que opera fábricas de processamento de oleaginosas na China. “Estamos vendo um aumento na demanda por soja brasileira desde a semana passada.”

China intensificará o comércio agrícola com os EUA sob novo acordo.

Pequim concordou em expandir o comércio agrícola com Washington depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, se reuniu com o líder chinês Xi Jinping na Coreia do Sul na semana passada.
Posteriormente, a Casa Branca divulgou detalhes do acordo, revelando que a China comprará pelo menos 12 milhões de toneladas métricas de soja dos EUA nos dois últimos meses de 2025 e pelo menos 25 milhões de toneladas em cada um dos três anos seguintes.
O mercado aguarda agora novos anúncios das autoridades chinesas sobre possíveis reduções nas tarifas de importação de produtos agrícolas dos EUA.
“Ouvimos informações dos Estados Unidos, mas nada de concreto veio da China”, disse um segundo operador de uma empresa comercial global. “Não podemos tomar decisões comerciais até que a China anuncie a remoção da tarifa sobre a soja americana.”
A COFCO, empresa estatal chinesa, fez as primeiras compras da safra americana deste ano na semana passada, adquirindo três carregamentos.
O preço da soja brasileira para embarque em dezembro está cotado com um prêmio de US$ 2,25 a US$ 2,30 em relação ao contrato de janeiro em Chicago, comparado aos US$ 2,40 por bushel oferecidos para a soja americana a ser embarcada da Costa do Golfo dos EUA, disseram os operadores.
Os contratos futuros de soja em Chicago subiram quase 1% na segunda-feira, atingindo a maior cotação em 15 meses, impulsionados pelo retorno da China ao mercado americano.
 
Fonte: https://www.reuters.com/world/china/chinese-buyers-purchase-brazilian-soybeans-prices-ease-over-us-china-trade-thaw-2025-11-03/?utm_source=chatgpt.com
 

Uzbequistão e CTS International reforçam cooperação em logística de frete.

O presidente do Conselho de Administração da Temir Yol Cargo JSC, Abdusamat Muminov, reuniu-se com Arya Zhang, gerente geral para o Cazaquistão e o Uzbequistão da CTS International Logistics Corporation Limited, para discutir as perspectivas de expansão da cooperação bilateral em transporte de cargas e logística, segundo informações da Trend .

Durante as conversações, as partes trocaram informações sobre seus serviços e exploraram novas oportunidades de colaboração mutuamente benéfica no transporte de cargas e na logística multimodal. Também delinearam áreas potenciais para iniciativas conjuntas.

Após a reunião, ambas as partes concordaram em continuar trabalhando juntas e avançar com projetos de cooperação específicos no futuro.

Vale ressaltar que o setor de transporte e logística do Uzbequistão representa um segmento fundamental e em rápida expansão da estrutura econômica nacional, com um valor adicionado bruto (VAB) previsto de cerca de US$ 1,69 bilhão no primeiro trimestre de 2025. O setor desempenha uma função crucial no cenário do comércio nacional e global, com a logística terrestre emergindo como a modalidade predominante, representando impressionantes 92% do transporte total de cargas em 2024.

A CTS International Logistics, com sede em Xangai, é uma das principais empresas de logística da China, especializada em transporte multimodal, armazenagem, cargas de projetos e serviços de cadeia de suprimentos. A empresa opera extensas redes logísticas na Ásia, Europa e outras regiões, dando suporte a importantes corredores comerciais, incluindo as rotas China-Ásia Central.

Fonte: https://www.trend.az/business/4112244.html

 

O que Trump e Xi concordaram em relação a tarifas, controles de exportação e fentanil?

A Casa Branca divulgou neste sábado detalhes sobre o acordo que o presidente dos EUA, Donald Trump, firmou esta semana com o presidente chinês, Xi Jinping, para reduzir a escalada da guerra comercial entre os dois países, incluindo reduções nas tarifas americanas e uma pausa nas novas restrições de Pequim sobre minerais de terras raras e ímãs.
O acordo, que também inclui a retomada das compras chinesas de soja americana, evita a ameaça de Trump de impor uma tarifa de 100% sobre os produtos chineses e estende por cerca de um ano uma delicada trégua comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Aqui estão alguns dos principais elementos do acordo Trump-Xi alcançado em Busan, Coreia do Sul, na quinta-feira:

REDUÇÃO TARIFÁRIA SOBRE PRODUTOS CHINESES RELACIONADOS AO FENTANIL

Os Estados Unidos reduzirão pela metade a tarifa de 20% sobre produtos chineses relacionados ao fornecimento de precursores químicos do opioide fentanil provenientes da China. A redução para 10% das tarifas impostas inicialmente em fevereiro diminuirá a taxa tarifária total dos EUA sobre as importações chinesas de 57% para cerca de 47%, segundo autoridades americanas.
Esse total inclui tarifas de cerca de 25% impostas às importações chinesas durante o primeiro mandato de Trump na Casa Branca, uma tarifa “recíproca” reduzida de 10% imposta em abril e taxas tarifárias anteriores do programa “Nação Mais Favorecida”.

SUSPENSÃO DOS CONTROLES DE EXPORTAÇÃO DE TERRAS RARAS DA CHINA

A China concordou em suspender por um ano os controles de exportação que havia anunciado este mês para minerais de terras raras e ímãs , que desempenham papéis vitais em carros, aviões e armas e se tornaram a principal arma de Pequim em sua guerra comercial com Washington. Esses controles exigiriam licenças de exportação para produtos com quantidades mínimas de uma lista maior de elementos e visavam impedir seu uso em produtos militares.
A Casa Branca afirmou que a China também emitirá licenças gerais para exportações de terras raras, gálio, germânio, antimônio e grafite, em benefício dos usuários finais americanos e seus fornecedores. A Casa Branca disse que isso equivale à “remoção de fato dos controles impostos pela China em abril de 2025 e outubro de 2022”.
A China também concordou em suspender todas as tarifas retaliatórias que havia anunciado desde 4 de março, incluindo as taxas sobre frango, trigo, milho, algodão, sorgo, soja, carne suína, carne bovina, produtos aquáticos, frutas, vegetais e laticínios dos EUA, disse a Casa Branca.
O comunicado afirmava que Pequim também suspenderia ou removeria todas as medidas retaliatórias não tarifárias tomadas contra os EUA desde 4 de março, como a inclusão de certas empresas americanas nas listas de usuários finais e entidades não confiáveis ​​do governo chinês.

CONTROLES DE EXPORTAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO TRUMP SUSPENSOS

Os EUA concordaram com uma pausa de um ano na ampliação da lista negra do Departamento de Comércio, que proíbe empresas de comprar produtos tecnológicos americanos, incluindo equipamentos para fabricação de semicondutores. A medida visa impedir o uso de subsidiárias e outras empresas para burlar os controles de exportação.
A ampliação da lista negra teria incluído automaticamente empresas com mais de 50% de participação de empresas já presentes na lista e teria tido o maior impacto sobre as empresas chinesas, proibindo as exportações americanas para milhares de outras empresas chinesas.

A China se compromete com a compra de soja.

A Casa Branca anunciou que a China concordou em comprar pelo menos 12 milhões de toneladas métricas de soja dos EUA nos últimos dois meses de 2025, bem como pelo menos 25 milhões de toneladas métricas de soja dos EUA em cada um dos três anos seguintes. A China também concordou em retomar as compras de sorgo e toras de madeira de lei dos EUA.
A China praticamente parou de comprar soja dos EUA neste outono, não adquirindo nenhuma compra em setembro, depois de importar seus grãos do Brasil e da Argentina. Washington pressionou por mais compras, devido às fortes reclamações dos agricultores americanos, um eleitorado fundamental para Trump.
Analistas observaram que os compromissos de compra de soja apenas farão com que a China retorne aos seus níveis anteriores de compras dos EUA. Em 2024, os EUA exportaram quase 27 milhões de toneladas de soja para a China. A China prometeu expandir consideravelmente as compras de soja no acordo comercial de “Fase Um” com Trump, que suspendeu a guerra comercial em 2020, mas nunca atingiu as metas devido à pandemia de COVID-19.
 
A Casa Branca afirmou em comunicado que a China também tomará medidas para retomar o comércio com os fornecedores das instalações da fabricante de chips Nexperia no país, permitindo que a produção de chips essenciais legados seja reabastecida no resto do mundo.
Além disso, Pequim estenderá seu processo de exclusão tarifária baseado no mercado para importações dos EUA, com as exclusões permanecendo válidas até 31 de dezembro de 2026, disse a Casa Branca.
A Casa Branca anunciou que a China encerrará suas investigações antitruste, antimonopólio e antidumping contra empresas americanas na cadeia de suprimentos de semicondutores.

GOVERNO TRUMP SUSPENDE NOVAS TAXAS PORTUÁRIAS

Pequim concordou em revogar as medidas tomadas em retaliação à investigação da Seção 301 de Washington sobre o domínio da China no setor marítimo, logístico e de construção naval global, e em suspender as sanções impostas a diversas entidades de transporte marítimo, informou a Casa Branca.
O governo Trump concordou em suspender por um ano as novas taxas portuárias impostas a navios construídos, de propriedade e com bandeira chinesas. As taxas, destinadas a revitalizar a construção naval comercial nos EUA, poderiam ter adicionado milhões de dólares ao custo de cada viagem aos portos americanos.
As taxas portuárias entraram em vigor em 14 de outubro, juntamente com tarifas de 100% sobre guindastes portuários fabricados na China. Elas interromperam rapidamente o fluxo de cargas, elevando os preços dos contêineres , já que os exportadores e importadores buscavam evitar navios com ligações com a China. A China também impôs suas próprias taxas sobre navios com ligações com os EUA, incluindo aqueles de empresas globais com 25% de participação americana.
A Casa Branca afirmou que, enquanto isso, negociaria com a China sobre o assunto, ao mesmo tempo em que continuaria as conversas com a Coreia do Sul e o Japão sobre a revitalização da indústria naval americana.

COOPERAÇÃO NO COMBATE AO TRÁFICO DE FENTANIL

A China concordou em tomar “medidas significativas” para acabar com o fluxo de fentanil para os EUA, incluindo ações para interromper o envio de certos precursores químicos para a América do Norte e controlar rigorosamente as exportações de outros produtos químicos em todo o mundo, disse a Casa Branca.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse à Fox Business Network esta semana que grupos de trabalho dos dois países “estabelecerão medidas muito objetivas” nas próximas semanas para reduzir o fluxo de opioides e medir o sucesso no combate a essa droga mortal, responsável por dezenas de milhares de mortes por overdose nos EUA todos os anos.
Quando Trump impôs as tarifas relacionadas ao fentanil pela primeira vez, funcionários de seu governo disseram estar receosos quanto às promessas contínuas da China de ajudar, e que as tarifas permaneceriam em vigor até que Pequim tomasse medidas concretas.
 
Fonte: https://www.reuters.com/world/us/what-did-trump-xi-agree-tariffs-export-controls-fentanyl-2025-11-01/
 

Com vacância abaixo de 3%, galpões físicos em SC rendem mais de 24% ao ano e superam FIIs.

 

Especialista em investimentos logísticos da Sort Investimentos, Douglas Curi, fez análise sobre as diferenças entre ativo físico e os Fundos de Investimento Imobiliário.

Em razão da forte demanda por infraestrutura de distribuição, a alocação de capital no segmento logístico se tornou concorrida entre investidores. O investimento direto em ativos logísticos Triple A no litoral norte de Santa Catarina, por exemplo, pode entregar um retorno anual superior a 24%.

Essa fala é do especialista em investimentos logísticos da Sort Investimentos, Douglas Curi, em análise sobre as diferenças entre ativo físico e os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs). A região, que inclui Itajaí/Navegantes, Araquari, Garuva e Itapoá, na divisa com Paraná, registra vacância inferior a 3%, nível mais baixo que o de São Paulo — que está entre 6% a 7%.

O especialista afirmou que a baixíssima vacância de SC garante a estabilidade do aluguel, mas projeta uma aceleração de preços sem precedentes. “Estimamos que o mercado do Litoral Catarinense tem potencial para superar 100% de valorização nos próximos 5 anos”, afirmou.

FATOR LIQUIDEZ

Embora os FIIs ofereçam liquidez diária, a fluidez na revenda do galpão físico de alta qualidade é aprimorada por modelos de negócio que mitigam o risco. De acordo com o especialista, a liquidez de um ativo físico é dada pela sua qualidade e pelo risco de vacância.

“É por isso que focamos no modelo chave na mão (turnkey): entregamos galpões Triple A, já alugados para grandes locatários, com contratos de longo prazo”, detalhou. “Isso transforma o galpão em um ativo premium com liquidez aprimorada, muito atraente para fundos de pensão e investidores institucionais no momento da revenda.”

RETORNO TOTAL: ESTABILIDADE DESCOLADA DO MERCADO 

Além disso, Douglas Curi afirmou que a superioridade do investimento direto reside na captura integral do retorno total, da soma da rentabilidade do aluguel com a valorização do imóvel.

Ele reforçou que a volatilidade da cota do FII pode ser um risco a considerar e que o proprietário do ativo físico não absorve. No ativo físico, além de segurança patrimonial, o ganho de capital é direto e sustentado pela escassez regional.

O cálculo do especialista é baseado na valorização acelerada e considera os números registrados no litoral de SC com a valorização anual de 15% a 20% e 1,25% ao mês de ganho de capital. Ele também leva em conta a soma ao aluguel — 0,8% a 1% a.m. — quando o retorno total se potencializa para cerca de 2% ao mês ou mais, e atinge 24% ao ano.  

“O ativo físico permite que o investidor se beneficie diretamente da pressão do e-commerce por espaço, sem a interferência da volatilidade diária do mercado financeiro. No Litoral Catarinense, a escassez do ativo, os longos contratos e a demanda reprimida garantem a segurança da posse e a apreciação exponencial do capital,” destacou Curi. 

Fonte: https://mundologistica.com.br/noticias/galpoes-sc-rentabilidade-supera-fiis

 

Tópico constrói maior galpão lonado da América Latina; empreendimento fica no RJ.

Com investimento previsto de R$ 8 milhões, empreendimento terá 14 mil m² de área coberta na primeira fase e capacidade para armazenar 70 mil toneladas de aço por mês.

A Tópico está em fase de implantação do maior galpão lonado linear já construído na América Latina com capacidade de armazenar 70 mil toneladas de aço por mês. Localizado em Resende (RJ), o investimento previsto para o empreendimento gira em torno de R$ 8 milhões, incluindo construção, ativos e operação de montagem.

De acordo com a empresa, a novidade representa um grande desafio de engenharia e execução. Com 14 mil m² de área coberta já na primeira fase, a instalação se destaca por ser erguida sobre a linha férrea, garantindo proteção total ao material estocado e ampliando a eficiência operacional.

Além disso, o empreendimento terá um pé-direito especial de 10 metros, projetado para atender às necessidades de movimentação interna.  Para o diretor Comercial e de Marketing da Tópico, Sérgio Gallucci, cada iniciativa conduzida pela organização possui características únicas, que exigem flexibilidade e criatividade na concepção.

No caso do galpão de Resende, o desafio foi erguer uma estrutura destinada a uma grande siderúrgica em um terminal ferroviário. “A solução desenvolvida cobre não apenas a linha férrea, mas também a área de movimentação de cargas, garantindo maior eficiência mesmo diante de restrições locais e interferências complexas, como postes de iluminação e a própria ferrovia”, explicou.

Gallucci descreve essa obra como “emblemática”, pois mostra a capacidade da Tópico de responder a desafios complexos em prazos curtos. “Estamos falando de uma estrutura de escala inédita, que se tornou o viabilizador de um grande empreendimento logístico. Esse movimento reforça nosso posicionamento de empresa arrojada, que investe continuamente para entregar soluções de alto impacto, apoiando players estratégicos do mercado”, destacou.

Fonte: https://mundologistica.com.br/noticias/topico-constroi-maior-galpao-lonado-america-latina?utm_medium=email&_hsenc=p2ANqtz-9kntup8WfONFKvKzk3hnikZv9IrB6Vnfrx0FC4k-_engtbhMCV0q2zS3TSABSOWifAphtjNxfRTGcBll7zeAfBKaDvB2fELCnNac1UnUNHCdJXC_g&_hsmi=387853173&utm_content=387853173&utm_source=hs_email

 

Nova tributação sobre frete pode encarecer cadeias de distribuição no país.

Atualmente, a tributação sobre bens e serviços no setor é de cerca de 19,5%; com o IVA dual, pode atingir até 28% em alguns casos.

A Reforma Tributária, aprovada em 2023 por meio da Emenda Constitucional 132/2023 e regulamentada pela Lei Complementar 214/2025, representa uma das maiores mudanças estruturais do sistema fiscal brasileiro nas últimas décadas — e trará impactos expressivos para os mais diferentes setores, inclusive para o universo de distribuição.

Como um dos setores mais estratégicos da economia, a logística representa um elo de conexão entre produção, distribuição e consumo, garantindo o fluxo eficiente de insumos, bens intermediários e produtos finais em um país de dimensões continentais e forte dependência do transporte rodoviário.  

Além disso, com a criação do IVA dual (que se divide em Contribuição sobre Bens e Serviços, o CBS, de ordem federal, e Imposto sobre Bens e Serviços, o IBS, de competência municipal e estadual), os serviços de transporte e armazenagem passam a ser tributados potencialmente de forma mais uniforme — fato que pode significar, no médio prazo, a simplificação de apurações e cobrança —, a mudança também pode ocasionar o aumento de custos nas cadeias de supply chain.  

NOVAS DISPOSIÇÕES PARA O SETOR  

No cenário atual, transportadoras e operadores logísticos convivem com um sistema de tributação extremamente complexo: ICMS aplicado a combustíveis e serviços, PIS e Cofins e diferentes regimes estaduais que tornam as operações mais caras e burocráticas.

Por isso, empresas do setor são, via de regra, afetadas fortemente pela cumulatividade dos tributos e diferenças entre regimes estaduais de ICMS — fator que, historicamente, fez com que muitos negócios estruturassem suas operações em função de incentivos oferecidos por diferentes regiões do país no contexto da chamada “Guerra Fiscal”.

Sob o novo modelo, os benefícios regionais perdem efeito, com a expectativa de uma maior padronização da tributação do frete e da armazenagem, com incidência no local destino do serviço. Esse ponto é especialmente relevante, visto que a mudança para a tributação no destino tende a redistribuir a arrecadação, com o potencial de alterar rotas e centros de distribuição.

Com a transição para o IBS, uniformizando as alíquotas e extinguindo benefícios regionais, as empresas podem basear as decisões em questões como eficiência operacional, proximidade de públicos, consumidores e infraestrutura.  

Contudo, a mudança traz também um receio de aumento de carga tributária que pode ser bastante substancial. Atualmente, a tributação sobre bens e serviços no setor é de cerca de 19,5%; com o IVA dual, pode atingir até 28% em alguns casos.  

Como consequência, o valor dos produtos pode subir e trazer também impactos diretos na inflação dos custos de frete, sendo, nesse sentido, um ponto sensível para todos os setores produtivos.

Outro ponto de atenção se refere à gestão de créditos tributários. As novas disposições, trazidas pela reforma, prometem a devolução de créditos de forma plena ao longo da cadeia. Na prática, contudo, o processo deve ser desafiador para empresas que lidam com múltiplos elos e fluxos operacionais mais complexos.

Negócios que operam a partir de modelos integrados, ou seja, que envolvem transporte, armazenagem e distribuição, por exemplo, deverão estruturar o uso de créditos de maneira precisa, a fim de evitar perdas financeiras, distorções na precificação e desequilíbrio nas margens operacionais.

UM HORIZONTE DE DESAFIOS

Para além de efeitos diretos na operação logística, outras questões também demandam atenção por parte de empresas do setor. Nesse novo cenário, o desafio de compliance também se intensifica, visto que a transição exigirá adequações em sistemas fiscais, notas eletrônicas (como CT-e, CTe-Os, NF-e, NFS-e e BP-e) e parametrizações contábeis, além das mudanças em relação ao local de incidência do imposto, agora no destino do serviço, conforme supracitado.  

A convivência entre dois sistemas durante o período de transição (2026-2033) adiciona, por sua vez, uma camada extra de complexidade. Neste intervalo, contribuintes terão de realizar a apuração de tributos, créditos e débitos conforme os dois regimes, aumentando a possibilidade de inconsistências.  

Assim, em um contexto que apresenta grandes desafios potenciais, o planejamento tributário e a revisão de estratégias se tornam decisivos. Empresas do setor terão de avaliar e, se necessário, readequar as cadeias de suprimentos, de modo a se preparar para o novo ambiente regulatório. Uma boa gestão de créditos de IVA pode mitigar parte do impacto, mas, em um curto prazo, o aumento dos custos logísticos pode ser significativo.  

Como tem sido amplamente debatido, a reforma tributária objetiva modernizar o sistema e reduzir burocracias e complexidades, mas a implementação, naturalmente, demandará um período de ajustes relevantes por parte dos contribuintes. Para o setor logístico, o desafio será encontrar o equilíbrio entre eficiência operacional e controle fiscal, de modo que as empresas absorvam as novas regras sem comprometer sua competitividade.        

Por fim, em um segmento com estreitas margens e cujos impactos alcançam todo o ambiente de negócios do país, a capacidade de adaptação do setor logístico será determinante para a própria sustentabilidade da economia brasileira.

Fonte: https://mundologistica.com.br/artigos/tributacao-sobre-frete-encarecer-cadeias-distribuicao-brasil?utm_medium=email&_hsenc=p2ANqtz-9HfW6NRjsyyxArnsvzGoM2QIDpNxvJyzDAI6sGFL-B2vB7g2-EIEw03meDGynCeYGXujmauBGuY0LiMNbhMvdb4pi2UkceVO8XQlNIGJB3wsE8UEA&_hsmi=387853173&utm_content=387853173&utm_source=hs_email

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