FECHAMENTO DO MERCADO 04/12/2025

 

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Importação de leite dispara no Brasil e acende alerta no setor lácteo.

Alta na entrada de produtos lácteos com a crescente importação de leite pressiona preços internos e expõe fragilidades da cadeia leiteira nacional O mercado brasileiro de leite vive um momento de atenção redobrada. A combinação entre produção doméstica em expansão, demanda interna enfraquecida e avanço das importações tem colocado forte pressão sobre os preços pagos aos pecuaristas, gerando preocupação em toda a cadeia da pecuária leiteira. Segundo análise da Scot Consultoria, publicada na Carta Leite – Importação de leite cresce e acende alerta, o cenário atual reúne fatores internos e externos que ajudam a explicar o desequilíbrio entre oferta e consumo, com impacto direto no bolso do produtor e na competitividade da atividade.

Oferta crescente e demanda enfraquecida ampliam o desequilíbrio

De acordo com dados do IBGE, a produção inspecionada registrou alta de 6,9% no primeiro semestre de 2025, enquanto a captação formal aumentou 10,3% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período de 2024, considerando dados parciais. Essa evolução da oferta ocorre em um momento em que o consumo interno não cresce no mesmo ritmo, especialmente em razão do enfraquecimento do poder de compra das famílias.

Importações de leite crescem e ampliam a pressão sobre o mercado

Em meio à maior oferta doméstica, as importações voltaram a ganhar força nos últimos meses, tornando-se um dos elementos centrais da crise de preços. Entre setembro e outubro, o volume importado de lácteos cresceu 21,1% e 8%, respectivamente, na comparação mês a mês. Os principais fornecedores continuam sendo Argentina e Uruguai, países que tradicionalmente ocupam posição relevante no abastecimento externo brasileiro. O leite em pó correspondeu, em média, a 72,5% de todos os lácteos importados pelo Brasil no período — reforçando sua centralidade na formação de preços do setor. Na imagem da página 2, observa-se que a importação voltou a níveis registrados no início do ano, impulsionada sobretudo pelo custo competitivo do produto externo.

Por que o leite importado está tão competitivo?

Preços internacionais mais baixos O preço médio do leite em pó importado em setembro e outubro foi de US$ 3,79/kg. Para comparação, o mesmo produto no atacado brasileiro custava R$ 30,84/kg, equivalente a US$ 5,74, considerando câmbio médio de R$ 5,38. Assim, o leite importado chegou a custar 29,6% menos que o nacional.

Desvalorização do real

Com o câmbio mais elevado, produtores vizinhos se tornam ainda mais competitivos, fortalecendo o fluxo de entrada de lácteos no país.

Perspectivas: importação tende a perder força, mas cenário ainda é desafiador

Apesar do aumento recente, o volume total importado de leite em pó de janeiro a outubro ficou 0,8% abaixo do registrado no mesmo período de 2024. Entretanto, o cenário futuro ainda inspira cautela.

Mercado internacional em queda

A plataforma Global Dairy Trade, principal balizadora global de preços, mostra recuo nas projeções futuras para o leite em pó, reflexo de uma maior oferta mundial. Embora a demanda global esteja maior que a do ano passado, ela ainda não é suficiente para equilibrar oferta e consumo.

Fatores internos podem conter novas compras externas

Três elementos devem limitar a importação nos próximos meses:

  • Retomada das chuvas, que tende a melhorar a oferta de pastagens.
  • Crescimento contínuo da produção nacional, reduzindo a necessidade de complementação externa.
  • Medidas indiretas adotadas por alguns estados, que influenciam o fluxo de lácteos importados e desestimulam novas compras.

O aumento das importações de lácteos, especialmente de leite em pó, acende um alerta importante para o setor leiteiro brasileiro. A competitividade dos produtos estrangeiros, aliada à demanda interna desaquecida e à maior oferta doméstica, coloca o produtor em uma situação delicada. Embora a tendência seja de redução na necessidade de importações ao longo dos próximos meses, o mercado permanece sensível, e o comportamento dos preços continuará dependendo do equilíbrio entre produção, consumo e fluxo externo.

Fonte: Leia mais em: https://www.comprerural.com/importacao-de-leite-dispara-no-brasil-e-acende-alerta-no-setor-lacteo/?utm_source=followupdocomex.beehiiv.com&utm_medium=referral&utm_campaign=o-deficit-de-r-44-bilhoes

 

Comissão aprova criação de Zona de Processamento de Exportação em Bacabeira (MA).

Para virar lei, proposta precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado

A Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara dos Deputados aprovou projeto que propõe a criação de uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE) no município de Bacabeira, no estado do Maranhão (PL 2661/23).

As ZPEs são áreas de livre comércio com o exterior, destinadas à instalação de empresas voltadas à produção de bens para a exportação. Nesses enclaves, as empresas operam com suspensão de impostos federais e têm liberdade cambial.

A proposta aprovada revogou dispositivos da Lei 8.015/90 e da Lei 7.792/89 que impõem um limite para o número de ZPEs em funcionamento no País.

O relator, deputado Augusto Coutinho (Republicanos-PE), apresentou parecer pela aprovação da matéria. No seu texto, o parlamentar acolheu o mérito da proposição, que tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento econômico e social em regiões com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

“O possível resultado seria um ciclo virtuoso de investimento e desenvolvimento econômico numa região que demanda, com urgência, alargamento de renda, tendo em vista que o Estado do Maranhão, infelizmente, figurou no último lugar do ranking de PIB per capita dos estados brasileiros, segundo o PIB de 2022”, defendeu Coutinho.

Fonte: https://www.camara.leg.br/noticias/1228211-comissao-aprova-criacao-de-zona-de-processamento-de-exportacao-em-bacabeira-ma/?utm_source=followupdocomex.beehiiv.com&utm_medium=referral&utm_campaign=o-deficit-de-r-44-bilhoes

 

China exporta desinflação ao Brasil com produtos on-line, diz BC.

O presidente da autoridade monetária, Gabriel Galípolo, afirma que as compras na internet demonstram “resiliência” da economia.

O presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, disse nesta 2ª feira (1º.dez.2025) que a China exporta desinflação para o Brasil com os produtos vendidos on-line. Defendeu que a economia brasileira segue resiliente com o crescimento dos itens importados do país asiático. A fala foi durante participação no “XP Fórum Político & Macro 2025”, promovido pela XP Investimentos, em São Paulo. O presidente do BC comentou sobre o deficit nas transações correntes do Brasil. As contas externas registraram saldo negativo de US$ 76,7 bilhões no acumulado de 12 meses até outubro. O valor corresponde a 3,48% do PIB (Produto Interno Bruto). Há 1 ano, em outubro de 2024, era de US$ 57,3 bilhões, ou 2,57% do PIB.

As transações correntes são formadas por saldo da balança comercial (exportações e importações) e os serviços adquiridos por brasileiros no exterior pela renda, como remessa de juros, lucros e dividendos para outros países. Entra na conta também a despesa dos brasileiros com serviços de streaming e compras na internet, como Shein e Aliexpress.

Galípolo afirmou que o crescimento do deficit nas transações correntes é um indicativo de uma economia que se demonstra “resiliente”. Ele afirmou que, na 6ª feira (28.nov), o Pix atingiu o número recorde de operações pelo pagamento do 13º salário e pela Black Friday. “[Foram] 297 milhões de operações em 1 único dia, com várias notícias de plataformas que, muitas vezes, importam coisas da China batendo recorde durante a madrugada de número de compras”, disse.

O presidente do BC afirmou que a quantidade de itens importados da China cresceu muito, mas o preço reduziu de forma intensa. “No final do dia está amortecendo um impacto que seria ainda maior, tanto para o deficit das transações correntes quanto para a inflação. A China está exportando desinflação ou deflação para a gente, a depender do produto”, afirmou Galípolo.

POLÍTICA MONETÁRIA

Formado pelos diretores do Banco Central, o Copom (Comitê de Política Monetária) terá reunião em 9 e 10 de março para decidir o patamar da taxa básica, a Selic, que está em 15% ao ano. O colegiado manteve o juro-base neste patamar pela 3ª reunião consecutiva e sinalizou que ficará neste nível por período “bastante prolongado”.

A Selic é um instrumento utilizado para frear a economia e reduzir a inflação corrente e futura. Medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação está desde setembro de 2024 fora do intervalo permitido pela meta, que é de 3%. O limite de tolerância da inflação é de 4,5%. No acumulado de 12 meses até outubro, a taxa era de 4,68%. A mediana das projeções dos agentes do mercado financeiro indica que ficará em 4,43% no acumulado de 2025. Para 2026, a estimativa é de uma inflação de 4,17%. Galípolo tem defendido que o Banco Central busca o centro da meta, que é de 3%.

Fonte: https://www.poder360.com.br/poder-economia/china-exporta-desinflacao-ao-brasil-com-produtos-on-line-diz-bc/

 

Déficit na indústria química: importações chegam a 49%.

A indústria química brasileira vive um momento crítico, com importações representando 49% do consumo aparente nacional em 2025 e déficit projetado de 44,1 bilhões de reais, segundo a Abiquim.

Apesar de medidas emergenciais como a renovação da Lista de Desequilíbrios Comerciais Conjunturais, o setor avalia que apenas a sanção do PL 892/25, que cria o Programa Especial de Sustentabilidade da Indústria Química (Presiq), pode oferecer resposta estrutural.

O projeto aprovado no Congresso prevê incentivos anuais de 3 bilhões de reais para insumos sustentáveis, inovação e P&D. A expectativa é que o programa reduza a dependência externa, aumente a competitividade e fortaleça a soberania industrial. Estudos técnicos indicam impacto potencial de 112 bilhões de reais no PIB até 2029, geração de 1,7 milhão de empregos e elevação da utilização da capacidade instalada de 64% para até 95%.

Fonte: https://veja.abril.com.br/coluna/radar-economico/deficit-na-industria-quimica-importacoes-chegam-a-49/?utm_source=followupdocomex.beehiiv.com&utm_medium=referral&utm_campaign=o-deficit-de-r-44-bilhoes

 

Maersk aplica recargo por temporada alta desde rutas de Asia y Medio Oriente a Costa Este de EE.UU. y Canadá.

A Maersk implementará um ajuste na Taxa de Alta Temporada (PSS, na sigla em inglês) para rotas do subcontinente indiano e do Oriente Médio para a Costa Leste dos EUA, a Costa do Golfo dos EUA e o Canadá. A medida entrará em vigor em 1º de janeiro de 2026 e permanecerá em vigor até novo aviso.

O novo regime tarifário estabelece uma sobretaxa de USD 2.000 por contêiner seco de 20 e 40 pés para remessas do noroeste da Índia, Nepal e Butão para todos os portos de destino, exceto Houston.

Para remessas da Índia, Bangladesh, Sri Lanka, Maldivas, Nepal e Butão com destino a Houston, a sobretaxa será de USD 2.200 por contêiner de carga, enquanto as remessas do sul e leste da Índia, Sri Lanka, Bangladesh e Maldivas para outros portos também custarão USD 2.200.

No caso do Paquistão, a sobretaxa foi fixada em US$ 2.000, e para países do Golfo e do Oriente Médio, como Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Omã, Iraque, Kuwait, Jordânia, Arábia Saudita, Catar e Bahrein, o valor também será de US$ 2.000 por contêiner.

Em relação aos contêineres refrigerados, o ajuste inclui uma sobretaxa de USD 2.400 para remessas de portos indianos como Kattupalli, Ennore, Chennai, Calcutá, Visakhapatnam, Tuticorin, Mangalore e Cochin. Para o Paquistão, o custo será maior, chegando a USD 3.500 por unidade.

Entretanto, para países como Butão, Emirados Árabes Unidos, Nepal, Omã, Índia, Iêmen, Bahrein, Bangladesh, Kuwait, Sri Lanka, Jordânia, Catar, Arábia Saudita, Maldivas e Iraque, a sobretaxa foi fixada em US$ 2.000.

A empresa esclareceu que essas tarifas estão sujeitas a outras sobretaxas aplicáveis, incluindo taxas locais e de contingência, e não afetam as tarifas informadas ou registradas de acordo com as regulamentações locais.

Ele também observou que, em rotas sujeitas à Lei de Navegação dos EUA ou aos Regulamentos Marítimos da China , qualquer variação só será vinculativa se estiver incluída em contratos de serviço registrados na Comissão Marítima Federal (FMC) ou na Bolsa de Valores Marítimos de Xangai .

Com essa medida, a Maersk busca manter a continuidade de seus serviços globais durante um período de alta demanda, garantindo transparência na aplicação de suas tarifas e sobretaxas.

Fonte: https://portalportuario.cl/maersk-aplica-recargo-por-temporada-alta-desde-rutas-de-asia-y-medio-oriente-a-costa-este-de-ee-uu-y-canada/

 

Alta dos portos e ambiente tributário motivam construção de novo complexo logístico em SC.

Desenvolvido pela Ciway, empresa do Grupo Saes, projeto possui 94 módulos flexíveis e atenderá operações de comércio exterior, e-commerce e transporte de cargas.

Após os portos de Santa Catarina registrarem um crescimento de 5,23% na movimentação de cargas no primeiro semestre de 2025, o litoral catarinense recebe um novo complexo logístico de padrão internacional em Navegantes. Em construção, o Ciway 470 possui mais de 200 mil m² de área construída em um terreno com área superior a 250 mil m².

Desenvolvido pela Ciway, empresa do Grupo Saes, o projeto Triple A reúne certificação ambiental LEED e tecnologia IoT aplicada à gestão operacional. Em comunicado, a empresa informou que serem 94 módulos flexíveis, de 1,8 mil a 6 mil m², dimensionados para operações de comércio exterior, e-commerce e transporte de cargas.

Situado entre os portos de Navegantes e Itajaí, com acesso direto às BR-101 e BR-470, o complexo incorpora princípios de logística verde, como reaproveitamento de água da chuva, iluminação em LED, ventilação natural e sistemas inteligentes de eficiência energética.

“Quando pensamos em infraestrutura logística, é preciso lembrar que eficiência não se resume a tecnologia e estrutura física, mas também à qualidade de vida das pessoas que fazem essas operações acontecerem”, afirmou o diretor administrativo do Grupo Saes, Lucas Saes.

Por isso, além dos galpões, o projeto reserva quase 900 m² para descanso e integração entre ambientes internos e externos, com centro administrativo, área gastronômica, lounge de convivência, quadra poliesportiva e ambulatório para colaboradores. De acordo com a companhia, há ainda um hub corporativo com  5 mil m² de área construída com restaurantes, salas comerciais, heliponto e auditório para atender o público interno e externo.

“Cada detalhe do Ciway 470 foi planejado para equilibrar produtividade e bem-estar, com espaços que favorecem a convivência, descanso e segurança. Esse é o caminho da nova logística: inteligente, humana e sustentável”, destacou o executivo.

INVESTIMENTOS LOGÍSTICOS EM SANTA CATARINA  

A construção do empreendimento acompanha o desempenho portuário de Santa Catarina no primeiro semestre de 2025: foram mais de 32,2 milhões de toneladas movimentadas entre janeiro e junho. Esse valor representa uma performance muito acima da média brasileira (1,02%) e o melhor entre os estados do Sul, segundo levantamento da Secretaria de Portos, Aeroportos e Ferrovias, com base em dados da Antaq.

No setor de contêineres, o aumento foi de 12,4%, somando 1,34 milhão de TEUs, o equivalente a 19,2% da movimentação total do país. Somente a Portonave movimentou 4,8 milhões de toneladas no semestre em Navegantes e se mantém como o terceiro maior terminal de contêineres do Brasil, atrás apenas de Santos e Paranaguá.

Esse crescimento tem reflexo direto sobre o mercado de galpões e parques logísticos, que vive um dos ciclos mais aquecidos da história em Santa Catarina. Segundo consultorias do setor, o estado teve vacância próxima de 3% e valorização superior a 300% no metro quadrado na última década.

Além da infraestrutura portuária e da localização estratégica, Santa Catarina também se destaca pelo ambiente tributário competitivo com alíquotas reduzidas de ICMS, além de municípios como Navegantes, que praticam ISS de apenas 2%.

“A nova geração de complexos logísticos precisa dialogar com esse cenário e oferecer infraestrutura integrada, reduzir custos operacionais e atender a padrões internacionais de desempenho ambiental. O Ciway 470 surge acompanhando a transformação do litoral catarinense em um dos corredores logísticos mais competitivos do país”, pontuou Lucas Saes. 

Fonte: https://mundologistica.com.br/noticias/novo-complexo-logistico-santa-catarina-ciway

 

Governo lança novo pacote ferroviário com previsão de R$ 656 bilhões em investimentos.

Plano do Ministério dos Transportes prevê 8 leilões de ferrovias que abrangem mais de 9 mil quilômetros de extensão e devem atrair cerca de R$ 140 bilhões em investimentos.

O Governo Federal apresentou um novo pacote ferroviário com a Política Nacional de Outorgas Ferroviárias e a carteira de projetos 2026, que juntos representam a maior agenda de investimentos em trilhos já estruturada no país. O plano do Ministério dos Transportes prevê 8 leilões de ferrovias que abrangem mais de 9 mil quilômetros de extensão e devem atrair cerca de R$140 bilhões em investimentos, com projeção de R$600 bilhões injetados no sistema ferroviário.

Com a nova estrutura, o governo busca viabilizar projetos ferroviários executados diretamente pelas concessionárias, sem necessidade de obras públicas prévias, além de acelerar a recuperação de trechos existentes. Segundo o Ministério dos Transportes, a expectativa é que a ampliação dos trilhos reduza custos logísticos, aumente a competitividade da produção nacional e diminua a dependência do modal rodoviário.

A carteira ferroviária engloba mais de 9 mil quilômetros, com projetos como o Anel Ferroviário do Sudeste (EF-118), a Ferrogrão, o Corredor Leste-Oeste, a Malha Oeste e corredores da Malha Sul. Esses empreendimentos compõem o núcleo da primeira Política Nacional de Outorgas Ferroviárias.

AVANÇO NAS CONCESSÕES RODOVIÁRIAS

No setor rodoviário, o Ministério dos Transportes já realizou 21 leilões em menos de três anos, que somam 10.009 quilômetros de estradas e R$ 232 bilhões em investimentos. Em 2026, estão previstos 13 novos leilões, que devem garantir R$ 148 bilhões adicionais.

Entre os destaques está a Rota dos Sertões, que ligará Feira de Santana (BA) a Salgueiro (PE). Com 502 quilômetros de extensão, será o primeiro leilão de concessão rodoviária do Nordeste. O projeto prevê R$ 6 bilhões em investimentos, com intervenções como duplicações, passarelas e ponto de parada e descanso — além da expectativa de gerar cerca de 60 mil empregos.

Com a agenda prevista para o próximo ano, o governo deve alcançar 35 concessões rodoviárias, estabelecendo o recorde de projetos estruturados em uma única gestão.

INVESTIMENTOS EM TRANSPORTE E O IMPACTO NO CUSTO LOGÍSTICO

O anúncio do novo pacote ferroviário ocorre em um momento em que a discussão sobre infraestrutura ganha ainda mais peso no país. Apesar do avanço na estruturação de projetos e na retomada de concessões, os indicadores mostram que o impacto dessas iniciativas sobre os custos logísticos ainda leva tempo para aparecer.

De acordo com dados recentes divulgados pela MundoLogística, o custo logístico do Brasil deve atingir 15,5% do PIB em 2025, praticamente repetindo o índice de 2024 (15,6%). Para o professor e coordenador do Núcleo de Infraestrutura, Supply Chain e Logística da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende, as raízes estruturais dos custos logísticos no Brasil estão ligadas a falhas históricas de investimento em infraestrutura, especialmente nos modais responsáveis pelo transporte de longa distância.

De acordo com o especialista, essa pressão se reflete diretamente nas empresas embarcadoras, já que o transporte de longa distância — seja de matéria-prima ou de produto acabado — responde por cerca de 42% do custo logístico total dessas companhias. É um percentual elevado que evidencia como a dependência dos modais atuais encarece a operação e reduz a competitividade empresarial.

“É um custo muito alto. Entre as 20 principais economias do mundo e esse é o maior custo em termos do item transportes”, disseE o que acontece é que o baixo investimento ao longo dos séculos em infraestrutura de transportes, principalmente nos últimos 100 anos, tem cobrado seu preço agora, provocando uma deterioração muito grande na qualidade do transporte, na questão da segurança, na questão da multimodalidade, que é baixíssima.

Um relatório da OCDE apontou que o país investiu menos de 2% do PIB em infraestrutura na última década — nível abaixo da média de economias emergentes, que aplicam entre 5% e 7% do PIB, e também inferior ao padrão de países da OCDE, entre 3% e 4%. A mesma análise estima que o Brasil precisaria investir cerca de 3,7% do PIB ao ano até 2030 para reduzir sua lacuna acumulada.

Nos transportes, o quadro é ainda mais claro. Segundo levantamento da CNT, o país investiu, em média, 0,21% do PIB em transporte entre 2010 e 2021, o menor percentual entre 50 países analisados. Economias como China (5,1%), Estados Unidos (0,6%) e Alemanha (0,7%) apresentam percentuais superiores, mesmo contando com redes mais robustas.

Fonte: https://mundologistica.com.br/noticias/governo-novo-pacote-ferroviario

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