NA ROTA DO COMEX- Destaques do Comércio Exterior e Logística – 26/08/2025

Chile e Arábia Saudita retiram restrição à carne de frango do Brasil

O Chile e a Arábia Saudita anunciaram, em 25 de agosto de 2025, a suspensão das restrições à importação de carne de frango brasileira. As sanções haviam sido impostas após um caso de gripe aviária registrado em uma granja comercial no município de Montenegro (RS). O Brasil se declarou livre da doença em 18 de junho, após desinfecção da granja afetada e a ausência de novos casos por 28 dias consecutivos.Agência Brasil+1

Com essas retiradas, o número de países que suspenderam o embargo à carne de frango brasileira chega a 41. No entanto, Canadá, China, Malásia, Paquistão, Timor-Leste e a União Europeia ainda mantêm restrições.Agência Brasil

Fonte: Agência Brasil

Mercosul e Canadá retomam negociações para acordo de livre-comércio

Em encontro em Brasília no dia 25 de agosto de 2025, o Brasil e o Canadá oficializaram a retomada das negociações comerciais entre o Mercosul e o país norte-americano. Reunião com chefes de negociadores já está marcada para o início de outubro. A iniciativa reforça a estratégia de diversificação de mercados em meio às tensões econômicas globais.

Em reunião realizada em 25 de agosto de 2025 em Brasília, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e o ministro do Comércio Internacional do Canadá, Maninder Sidhu, anunciaram a retomada das negociações para um acordo de livre-comércio entre o Mercosul e o Canadá.
Foi agendada uma reunião entre chefes de negociadores para o início de outubro, com o objetivo de avançar nas discussões formais.
O Mercosul, atualmente sob presidência rotativa do Brasil, é composto por Argentina, Uruguai e Paraguai, com Bolívia em processo de adesão plena.
O Canadá busca diversificar seus parceiros comerciais, reduzindo sua dependência dos EUA, especialmente diante das tarifas impostas pela administração Trump .

FONTE: Reuters

Shenzhen lidera comércio exterior entre cidades chinesas em 2025

A cidade de Shenzhen, no sul da China, foi a que mais se destacou em comércio exterior entre as cidades do país continental nos primeiros sete meses de 2025, com um faturamento total de 2,58 trilhões de yuans, ou aproximadamente US$ 361,7 bilhões, segundo dados da Alfândega local.

Em julho, o volume mensal de exportações e importações da cidade atingiu 415,94 bilhões de yuans:
- Exportações: 255,62 bilhões de yuans — recorde mensal para 2025, com alta de 4,7%.
- Importações: 160,32 bilhões de yuans, com aumento de 8,8% em relação ao mesmo mês de 2024.
Produtos eletromecânicos dominaram o comércio:
- No total dos sete meses, esse segmento representou 74,7% das exportações, com valor de 1,17 trilhão de yuans.
- As exportações de setores estratégicos emergentes registraram:
  - Baterias de lítio: +37,9%
  - Veículos elétricos puros: +21,7%
  - Circuitos integrados (chips): +40,9%
As importações de produtos eletromecânicos também tiveram forte alta de 14,7%, representando 82,1% do total importado, impulsionadas pela demanda de componentes eletrônicos.
Empresas privadas foram decisivas na performance:
- Contribuíram com 1,8 trilhão de yuans, aproximadamente 69,8% do total registrado na cidade.

Fonte: Poder360english.www.gov.cn

LOGÍSTICA

Coamo anuncia o oitavo porto de Santa Catarina em Itapoá

A Coamo, cooperativa paranaense, revelou em reunião com o governador Jorginho Mello a construção de um novo porto próprio em Itapoá, que se tornará o oitavo terminal portuário de Santa Catarina, com previsão de operações a partir de 2030.

Detalhes do projeto:

Investimento: R$ 3 bilhões em uma área de 43 hectares, com três berços de atracação e capacidade para movimentar 11 milhões de toneladas por ano.
A Coamo, já atuante no Porto de Paranaguá (PR), enfrenta desafios logísticos e enfileiramentos para escoar grãos, o que motivou a busca por alternativa em SC. SC

Infraestrutura e ambiente favorável:

O executivo Airton Galinari destacou que a escolha por Itapoá foi motivada pela infraestrutura catarinense, como a dragagem da Baía da Babitonga e a duplicação das rodovias SC-416 e SC-417, garantindo maior fluidez logística.
O terminal será preparado para operar com GLP, granéis, combustíveis líquidos e fertilizantes.

Impacto econômico e emprego:

São esperados cerca de 2.000 empregos durante as obras e mais 1.000 vagas diretas na operação, quando o terminal estiver em funcionamento.
O secretário Beto Martins ressaltou que SC passa a liderar a logística portuária no país, com oito portos único estado com essa estrutura no Brasil.

Porto de Itajaí dispara 1.494 % no 1º semestre de 2025

O Porto de Itajaí (SC) registrou um crescimento espetacular de 1.494 % na movimentação de cargas entre janeiro e junho de 2025, comparado ao mesmo período de 2024, alcançando 1,7 milhão de toneladas — com 85 % representado por contêineres.

Destaques da operação:

Foram movimentados mais de 180 mil TEUs, com destaque para:
- Carnes e miudezas comestíveis (22 %)
- Madeiras, carvão vegetal e produtos derivados (20 %)
- Plásticos e suas obras (7 %)
- Alimentos para animais (7 %)
- Máquinas e aparelhos (7 %)
Exportações cresceram 8.599 %, com os principais destinos sendo a China, Estados Unidos, União Europeia e países da América Latina.
Importações também tiveram forte alta de 496 %, com insumos vindos da China, EUA, UE e países do Mercosul — especialmente a Argentina.

O Porto de Itajaí teve um salto impressionante de 1.494 % na movimentação de cargas no 1º semestre de 2025, atingindo 1,7 milhão de toneladas, com exportações registrando +8.599 % e importações +496 %. A JBS Terminais investiu R$ 130 milhões desde out/2024 e prevê mais R$ 90 milhões em modernização — em operação com infraestrutura robusta e foco em atender o crescente fluxo global.

Fonte: MundoLogísticaPortos e Navios

DHL prevê impacto no e-commerce brasileiro com tarifa das “blusinhas” de Trump

A DHL Express Brasil avalia que o fim da isenção de impostos para importações de baixo valor nos Estados Unidos, a partir de 29 de agosto, pode trazer desafios para o e-commerce brasileiro. O país é hoje o principal destino das remessas de pequenas e médias empresas.

Segundo Mirele Mautschke, CEO da DHL Express Brasil, a mudança deve estimular a diversificação de mercados e exigirá maior preparo logístico para atender novos destinos.

Apesar das incertezas, a DHL segue otimista: seu foco em produtos manufaturados a torna menos exposta às novas tarifas, ao contrário de commodities como carne e café.

O CEO da DHL para as Américas, Andrew Williams, citou o Brasil, Colômbia e México como destaques de crescimento na região, justificando os investimentos robustos da empresa.

Os números confirmam a estratégia: no 2º trimestre de 2025, o Grupo DHL registrou lucro operacional de € 1,4 bilhão (+5,7%) e lucro líquido de € 815 milhões (+9,6%), mesmo com uma queda de 3,9% na receita total.

Para Tim Robertson, CEO da DHL Global Forwarding, o comércio internacional passa por uma reformulação estrutural pós-pandemia, exigindo adaptação nas cadeias de suprimentos. Já Augustín Croche, CEO da DHL Supply Chain LATAM, reforça que a empresa mantém o ritmo no Brasil sem depender de crédito local, minimizando os efeitos da alta Selic e das tarifas recentes.

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